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terça-feira, 22 de agosto de 2006

O programa “Por Ares Nunca Dantes Navegados” da TV PUC-Rio é histórico: o Santos-Dumont Número 8 realmente existiu!

Nas palavras do historiador medievalista francês Marc Bloch o passado é por definição um dado que nada mais modificara, porém o conhecimento desse passado é uma coisa em progresso que incessantemente se transforma e aperfeiçoa.

O programa “Por Ares Nunca Dantes Navegados” da TV PUC-Rio que foi ao ar ontem pelo Canal Universitário, 16 da NET Rio (com reprises na terça-feira, 22, às 17h, sábado, 26, às 11h30m e 23h, domingo, 27, às 15h), deve ser considerado histórico. Finalmente, o “conhecimento do passado” sobre uma espécie de enigma que existe na biografia de Santos-Dumont começa a progredir, se transformar, se aperfeiçoar... O “Santos-Dumont Número 8 existiu sim...” afirmou, no programa, o grande biógrafo de Santos-Dumont, Henrique Lins de Barros.

Parte do que me motivou a escrever o romance “Santos-Dumont Número 8” (em setembro nas livrarias) foi a “pulga atrás da orelha” que me ficou ao perceber a insistência por uma causa (postulada?) única para a sua não existência: uma (suposta?) superstição do inventor em relação ao mau agouro do número (supostamente nascida depois do acidente que quase o vitimou fatalmente em 08/08/1901).

E por incrível que possa parecer, essa "desconfiança" foi crescendo à medida que crescia a “unanimidade” das fontes de referências que eu consultava. A seguir, algumas delas...

“Modificando paulatinamente a sua primitiva aeronave, a cada nova construção dava um número: 1, 2, 3, 4, 5 e assim por diante, só não havendo nenhum Santos Dumont número 8 – porque o genial brasileiro, como bom brasileiro, também tinha as suas superstições. Uma delas era o número 8...” (Homens Notáveis, Maurício de Medeiros, José Olympio.)

“Nada de número 8: uma combinação qualquer de idéias supersticiosas levava-o a temer esse número...” “E Dumont ia se tratando quando de súbito desejou vir ao Rio, em novembro de 1928. Um e nove, dez, e dois, doze e oito, vinte. O ano termina em 8. Deve ser fatídico. Mas os seus algarismos somam 20, o que talvez lhe neutralize o agouro...” (Santos-Dumont, Gondin da Fonseca, Ediouro.)

“Note-se que não existe No.8, na seriação das aeronaves do inventor brasileiro. Embora fosse um espírito de grande lucidez, Santos-Dumont era um tanto supersticioso; ou pelo menos, manifestava uma prevenção ou repulsa por certas coisas, todos os grandes espíritos estão sujeitos a pequenas singularidades, que são como que um tributo que pagam à sua condição humana... as superstições entram nessa categoria. As de Santos-Dumont eram singulares. Como muita gente nutre um preconceito em relação ao número 13, Santos-Dumont sentia aversão ao No.8. Não fazia ascensão no dia 8 do mês, e evitava este número em quaisquer circunstâncias... eis o motivo pelo qual Santos-Dumont não construiu um dirigível No.8, tendo passado do No.7 ao No.9.” (“Quem deu asas ao homem”,Henrique Dumont Villares.)

“Antes desse acidente em São Luis, quando havia terminado o veloz Número 7, passa a construir o Número 9, saltando o 8 da numeração por motivo de superstição.” (Santos Dumont, A vida dos grandes brasileiros, Francisco Pereira da Silva.)

“Na sua estação, Santos-Dumont guardou, durante algum tempo, três aeronaves de sua construção, as de Números 7, 9 e 10. Sobre o Número 8 não há referencias em seu livro, nem nas revistas da época”. (A conquista do Ar, Aluízio Napoleão.)

Santos-Dumont não confirma (nem desmente) em “Os meus balões”, sua autobiografia publicada em 1904, a existência de um “Número 8”. Isto é um fato. Mas é estranho que seguindo o padrão de numerar suas invenções ele viesse a pular o oitavo na sua seqüência de suas 22 aeronaves. Mais irônico ainda quando notamos como o número 8 sempre perseguiu Santos-Dumont de perto (vocês descobrirão isso no “Santos-Dumont Número 8”) e nem sempre com um espírito de má sorte...

Um “enigmático” Santos-Dumont escreveu em outro livro seu, “O que eu vi. O que nós veremos”, publicado em 1918, que acreditava que o inventor devesse trabalhar em silêncio. Fico aqui imaginando se a ausência de um “Número 8” não poderia trazer nessa “não existência”, à semelhança de um Cubo de Necker, uma espécie de ilusão de ótica.

Quem sabe, o suposto vazio do “Número 8”, não seja mais uma das invenções de Santos-Dumont? Talvez a maior delas. O enigma, a charada, o truque, o artifício, o segredo final, o maior de todos os seus mistérios. Aquele mistério que, à diferença do materialismo de um avião que aproxima os seres humanos no espaço, nos aproximaria no tempo.

É possível que, para essa aproximação, estejamos dando um grande passo agora...



quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Log da criação de "Santos-Dumont Número 8: a canção"


O capítulo 77 do SD8 é uma canção. Inicialmente, sairia apenas como uma partitura, agora começa a efetivamente transformar-se em som a partir do arranjo do jovem músico e arranjador Sérgio Rangel Filho. "SD8: a canção" foi sendo composta durante a pesquisa e desenvolvimento da história de "SD8: o livro". Na história ela foi composta por Francisco Abayomi. Na vida real talvez também o tenha sido. É interessante poder reler o livro agora com uma trilha. Em breve vamos ter a música completa e ela vai estar disponível aqui. Por enquanto vou postando o diário de criação. Esse mp3 aqui representa o "projeto de arranjo". Não tem ainda a voz colocada, mas já dá para ter uma idéia do que vem por aí. Espero que gostem. Com vocês, SD8: a canção.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

O filme "O homem pode Voar", com 18 minutos de imagens em movimento de Santos-Dumont, será lançado no dia 18/08

O filme "O homem pode Voar", do diretor Nelson Hoineff, tem estréia marcada para dia 18/08 no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Com roteiro e pesquisa histórica de Henrique Lins de Barros e a pesquisa de imagem de Antonio Venâncio. O documentário traz 18 minutos de imagens em movimento de Alberto Santos-Dumont.

A seguir a sinopse:

O Homem Pode Voar é um documentário sobre a participação de Alberto Santos-Dumont no desenvolvimento da aviação. O filme resgata uma grande quantidade de imagens em movimento do aviador brasileiro que se julgavam inexistentes ou perdidas para sempre. Entre elas estão a do vôo definitivo do 14-bis, as dos experimentos com o número 18 no Sena e as dos mais importantes vôos do Demoiselle. Narrado em tom jornalístico, “O Homem Pode Voar” se concentra na contextualização do trabalho de Santos-Dumont em meio aos outros aviadores que no início do século 20 empenhavam-se em criar objetos voadores capazes de decolar, seguir uma direção e pousar por meios próprios, e de sua presença na sociedade da época. Mais informações em: http://semanact2006.mct.gov.br/index.php/content/view/372.html

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

“Por Ares Nunca Dantes Navegados” ficou mesmo para Segunda, dia 21/08, às 21h, no Canal Universitário, 16 da NET Rio

Por causa de problemas técnicos, o programa “Por Ares Nunca Dantes Navegados”, inteiramente dedicado a Santos-Dumont e suas maravilhosas invenções, ficou mesmo para o dia 21/08, às 21h, no Canal Universitário, 16 da NET Rio. Mais informações no site da TV PUC Rio, em http://www.puc-rio.br/tvpucrio/.

Santos-Dumont também é Rock'n Roll!

Essa vem diretamente do Pure Volume.com, site que divulga, gratuitamente, o trabalho de novas bandas. E é Rock do bom! A banda é a OUR TIME IN SPACE, dos americanos Rod McNeely, Ryan Nielsen e Chris Peterson. O nome da música é (podem acreditar!) SANTOS-DUMONT.

Mais em http://www.purevolume.com/ourtimeinspace/. Clique em Santos Dumont, na aba Playlist e aumente o som do PC...

Só que essa não é a única novidade. O capítulo 77 do Santos-Dumont Número 8 (o livro) é uma música, e ela se chama (é claro!) Santos-Dumont Número 8. Ia sair apenas no livro. Mas, agora começa a tomar forma sonora, graças ao trabalho do guitarrista e arranjador Sérgio Rangel Filho.

Em primeira mão para vocês, Santos-Dumont Número 8 (a canção):. Basta acessar http://www.purevolume.com/claudiosoares e clicar em Santos-Dumont Numero 8 na aba Playlist.

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Santos-Dumont : Pionnier de l'aviation, dandy de la Belle Epoque

Uma justa homenagem do Aeroclube da França: Santos-Dumont : Pionnier de l'aviation, dandy de la Belle Epoque. Por Alain Jacques Marchand, Presidente da Comissão História, Artes e Letras do Aeroclube. Um belo dossiê de Alberto e suas experiências pelos céus de Paris, recheado de artigos de jornais da época e fotos...muitas fotos. Por falar em fotos, também vale a pena dar uma olhada no arquivo de fotos do Aeroclube.

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

ANTECIPADO: “Por Ares Nunca Dantes Navegados”, Segunda, dia 14, às 21h, no Canal Universitário, 16 da NET Rio

Estava no Messenger ontem a noite, quando apareceu o Phillipe Ladvocate, da PUC-Rio, com a novidade: segunda-feira, dia 14, às 21h, no Canal Universitário (16 da NET Rio), vai ao ar o programa “Por Ares Nunca Dantes Navegados”, inteiramente dedicado a Santos-Dumont e suas maravilhosas invenções.

O título vem inspirado em um verso dos Lusíadas de Camões ("Por mares nunca dantes navegados...") que o próprio Santos-Dumont costumava usar em uma grande flâmula que flutuava em sua aeronave...

A seguir, o release do programa:

Há cem anos, o brasileiro Alberto Santos=Dumont decolava e voava pela primeira vez com um objeto mais pesado que o ar: o 14-Bis.

O programa “Por Ares Nunca Dantes Navegados”, uma produção da TV PUC Rio, na série Pilotis, mostra a história do genial inventor e da evolução de uma das maiores criações da história, o avião.

Tudo é contado por quem mais entende do assunto: entre as entrevistas, o maior biógrafo de Santos=Dumont, Henrique Lins de Barros, conta sobre a polêmica dos Irmãos Wright, americanos que pleiteam o título de pais da aviação. O escritor e pesquisador sobre Santos=Dumont, Cláudio de Souza-Soares, fala do mistério do avião "Número 8", que dizem não ter existido. A gestora do Museu Casa de Santos=Dumont, Marisa Guadalupe, mostra os elementos criativos e excêntricos da casa Encantada, em Petrópolis. Isso sem contar outros profissionais que de alguma forma fazem parte dessa história: um piloto, uma comissária de bordo, um especialista em aviões e responsáveis por exposições, filmes e peças relacionadas ao inventor.

O “Pilotis POR ARES NUNCA DANTES NAVEGADOS” vai ao ar no dia 14 de Agosto de 2006, às 21 horas, no Canal Universitário, sintonizado no número 16 da NET Rio ( tv a cabo ). Ele foi escrito e produzido pelos estagiários Philippe Ladvocat e Melina Amaral, alunos de Jornalismo da PUC Rio.

Os pedidos de cópia podem ser enviados para phil_puc@yahoo.com.br.

Confira abaixo todos os horários do programa:

Segunda, dia 14, às 21h
Terça, dia 15, às 17h
Sábado, dia 19, às 11h30 e 23h
Domingo, dia 20, às 15h



terça-feira, 8 de agosto de 2006

Quem somos nós?

Afinal de contas, o que é a "Realidade" quando o próprio cérebro não sabe diferenciar entre o que vê e o que se lembra?

Considere (mesmo que por apenas alguns instantes): e se realidade não passar apenas de uma possibilidade?

Quem somos nós? Por que estamos aqui? São questões básicas, não? Porém, exercitam nossos pensamentos. E por falar neles, do que são feitos mesmo? Se o que vemos não passa de premissas, por que continuamos recriando as mesmas realidades? Estamos condicionados? E se esse condicionamento for justamente o que nos faz acreditar que não temos nenhum controle sobre o mundo externo? E o mundo externo é mais real do que o interno? Realidade ou experiência? Tantas são as perguntas e tão poucas as respostas.

Física quântica: a física das "possibilidades". Esse é o tema de "What the bleep do we know?" (Quem somos nós?), filme que assisti há mais ou menos um mês. Peguei, quase que por acaso, em uma locadora lá perto de casa. Aos que gostam do tema (e aos que não gostam também), o recomendo. Diverte e intriga.

Aos que também desejarem se "aventurar" no "Santos-Dumont Numero 8", antecipo que, assistir ao filme, será bastante útil (e esclarecedor) na leitura do livro e de suas "várias" histórias - mesmo que esse esclarecimento seja, no fundo, uma fábrica produtora de milhões de novas dúvidas - dependendo de quão fundo você deseja ir na "toca" do coelho (como aquele na Alice de Lewis Carrol).

Se os temas discutidos nesse filme são apenas a ponta do iceberg, o "SD8" também pode ser considerado a ponta de um véu que, se retirado, faz se apresentarem as tais novas "possibilidades". Não devemos evitar o novo, pois, só enxergamos o que acreditamos ser possível, entende?

Mas, o verdadeiro fluxo pode ser justamente o "contrário": aquele que começa no futuro, atravessa inapelavelmente o presente e mergulha inexoravelmente no passado, e que (do fundo do lado de lá) retorna, imprevisível como as pessoas, imprevisível como certos dias que parecem não querer terminar nunca mais...

A Realidade (Realidade ou experiência?) pode, de fato, ser "maya". Pouco importa, se somos nós mesmos que a criamos.

Veja o trailer de "Quem somos nós?".

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Bill Gates escreve sobre os irmãos Wright

Curioso: Bill Gates escrevendo sobre os Wright, para a "Time 100"? A lista (olha elas aí de novo!) das 100 maiores personalidades do século XX (segundo os norte-americanos) foi publicada pela Time Magazine em 2000. E como faz sentido essa combinação Gates-Wright... não acham? Pois é, a História (essa lemniscata) continua se repetindo, sempre e sempre... Em tempo: Albert Einstein foi o escolhido, pela mesma revista, como a maior personalidade do século passado.

A insistência em "deletar" o nome de Santos-Dumont...

Uma simples consulta ao Google com o argumento "centennial +Wright", mais do que "resultados", nos retorna um fato: os americanos realmente se mobilizaram em 2003 para comemorar o "centenário" deles.

Porém, fica a impressão de que houve uma mobilização ainda maior: a tentativa de excluir quaisquer referências ao nome de Alberto Santos-Dumont das listas (e como eles adoram listas, não?) de percussores da aeronáutica.

Bom, eles devem ter algum motivo sério para isso, não é mesmo? Um motivo (lógico?), por exemplo, poderia ser o de tentar manter uma certa verossimilhança à história que eles repetem (sobre os próprios Wright Bros.) há décadas? É, nesse caso, faz todo sentido "deletar" o nome de Santos-Dumont das tais listas...

Vale lembrar as palavras que Santos-Dumont escreveu em "O que eu vi. O que nós veremos" a respeito dessa já tão longa história. Escreveu Santos-Dumont:

"No ano seguinte o aeroplano Farman fez vôos que se tornaram célebres; foi esse inventor-aviador que primeiro conseguiu um vôo de ida e volta. Depois dele, veio Bleriot, e só dois anos mais tarde é que os irmãos Wright fazem os seus vôos. É verdade que eles dizem ter feito outros, porém às escondidas. Eu não quero tirar em nada o mérito dos irmãos Wright, por quem tenho a maior admiração; mas é inegável que, só depois de nós, se apresentaram eles com um aparelho superior aos nossos, dizendo que era cópia de um que tinham construído antes dos nossos. Logo depois dos irmãos Wright, aparece Levavassor com o aeroplano "Antoinette", superior a tudo quanto, então, existia; Levavassor havia já 20 anos que trabalhava em resolver o problema do vôo; poderia, pois, dizer que o seu aparelho era cópia de outro construído muitos anos antes. Mas não o fez. O que diriam Edison, Graham Bell ou Marconi se, depois que apresentaram em público a lâmpada elétrica, o telefone e o telégrafo sem fios, um outro inventor se apresentasse com uma melhor lâmpada elétrica, telefone ou aparelho de telefonia sem fios dizendo que os tinha construído antes deles?! A quem a humanidade deve a navegação aérea pelo mais pesado que o ar? Às experiências dos irmãos Wright, feitas às escondidas (eles são os próprios a dizer que fizeram todo o possível para que não transpirasse nada dos resultados de suas experiências) e que estavam tão ignoradas no mundo, que vemos todos qualificarem os meus 250 metros de "minuto memorável na história da aviação", ou é aos Farman, Bleriot e a mim que fizemos todas as nossas demonstrações diante de comissões científicas e em plena luz do sol?"

Voltando às tais "listas", vejam, por exemplo esta, a dos 100 hérois da aviação da "First Flight" Foundation: tem Louis Blériot (e é claro que ele deve fazer parte da lista), por exemplo, mas não tem Santos-Dumont. Os dois estavam, em 12 de novembro de 1906, no campo de Bagatelle. Santos-Dumont voou com o 14-Bis. Blériot não saiu do chão.

domingo, 6 de agosto de 2006

O Acervo de Santos-Dumont

O acervo pessoal de Santos-Dumont é, primordialmente, um conjunto de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional. Essa consciência permeou personalidades chaves para sua manutenção até os nossos dias: Sr. Jorge Toledo Dodsworth, Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley e Sra. Sophia Helena Dodsworth Wanderley. Uma das áreas mais interessante do site é justamente a exposição on line de parte do acervo. (Fonte: Site do Acervo de Santos-Dumont.)

A Profecia do espírito Montgolfier

Em agosto de 1883, a revista Reformador publicou uma mensagem do Espírito Estêvão Montgolfier (Jacques Étienne Montgolfier), recebida pelo médium Ernesto Castro, em Silveiras, cidade do Estado de Minas Gerais, em 30 de julho de 1876, época em que Santos Dumont contava apenas três anos de idade. Eis o texto:

“Vencer o espaço com a velocidade de uma bala de artilharia, em um motor que sirva para conduzir o homem, eis o grande problema que será resolvido dentro de pouco tempo. Essa máquina poderosa de condução não há de ser uma utopia, não! O Missionário, que traz esse aperfeiçoamento à Terra, já se acha entre vós. O progresso da viação aérea, que tantos prosélitos tem achado e tantas vítimas há feito, não está, portanto, longe de realizar-se. O aperfeiçoamento de qualquer ciência depende do tempo e do estado da Humanidade para recebê-lo. A locomotiva, esse gigante que avassala os desertos e vence as distâncias, será como um insignificante invento ante o pássaro colossal, que, qual condor dos Andes, percorrerá o espaço, conduzindo em suas soberbas asas os homens de vários continentes. Os balões, meros exploradores e precursores da admirável invenção, nada, pois, serão perante o belo e portentoso pássaro mecânico. Esse Deus de bondade e de misericórdia, que nada concede antes da hora marcada, deixa primeiramente que seus filhos trabalhem em procura da sabedoria, e depois que eles se têm esforçado em descobrir a verdade, aí então Ele lhes envia um raio de Sua divina luz. Já vêem, ó mortais, que a navegação aérea não será um sonho, não; mas, sim, uma brilhante realidade. O tempo, que vem próximo, vos dará o conhecimento desse estupendo motor. Brasil, tu que foste o berço dessa descoberta, serás em breve o país escolhido para demonstrar a força dessa grandiosa máquina aérea. Eis o prognóstico que vos dou, ó brasileiros.
Estevão Montgolfier”

Estêvão Montgolfier(1745-1799) e seu irmão mais velho José (1740-1810), conhecidos como os irmãos Montgolfier, ambos nascidos em Vidalonles-Annonay, França, inventaram em 1783 os primeiros aeróstatos - balões de gás mais leve que o ar e que podem elevar-se na atmosfera - denominados montgolfieres. Os dois irmãos, na verdade, desenvolveram as idéias do clérigo e professor de matemática Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685-1724), nascido em Santos - SP e inventor da máquina aerostática "Passarola", movida a ar quente, com a qual teria voado diante do rei e da rainha de Portugal, na Casa da Índia, e descido no Terreiro do Paço, em 8 de agosto de 1709.

(Fonte: Reformador, Número 2098, Jan/2004)

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Isso é voar?


Do que os seus olhos podem perceber da foto aí acima, o que se poderia considerar photoshopagem? Muita gente teve uma dúvida parecida quando, por volta de 1908 (5 anos depois do suposto vôo?!), os irmãos Wright começaram a divulgá-la (e naquela época, infelizmente, sem o bom senso desse comentário de seu conterrâneo Buzz Lightyear)...